Futuro da Educação

Inteligência emocional e aprendizagem: entenda a conexão

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inteligência emocional

Cada dia que se passa, os estudos têm revelado a importância da união entre dois fatores: inteligência emocional e aprendizagem.

Isso porque nos últimos 30 anos, os especialistas vêm abrindo nossos olhos para o papel que as emoções desempenham na aprendizagem. Quando buscamos melhorar os modelos de aprendizagem, não podemos considerar apenas as necessidades cognitivas do aluno (Pekrun, 2014). É importante pensarmos no desenvolvimento da sua inteligência emocional.

Mary Helen Immordino-Yang, especialista do Brain and Creativity Institute, da University of Southern California, descobriu que as respostas emocionais precedem a compreensão consciente e são fundamentais para a memória e a aplicação da aprendizagem (Immordino-Yang 2016).

Neste artigo, abordaremos sobre quais impactos a inteligência emocional pode gerar na aprendizagem e como as emoções podem afetar neste processo. Continue acompanhando a leitura!

O que é inteligência emocional?

Inteligência emocional é um conjunto de competências relacionadas à capacidade de lidar com as emoções e saber gerenciá-las. Basicamente, é o quanto um indivíduo consegue controlar seus medos, inseguranças, entre outros sentimentos para alcançar sucesso em tarefas e objetivos. Segundo especialistas, ela costuma estar ligada a quatro pilares:

Esse conjunto de competências, que se encaixa na categoria de soft skills, está cada vez mais presente no âmbito corporativo. Afinal, essas habilidades podem diferenciar os profissionais e destacá-los como aqueles que podem oferecer os melhores resultados. O destaque desses profissionais ocorre porque um colaborador pode possuir muitos conhecimentos técnicos, mas apresentar problemas comportamentais, gerando prejuízos e acabar sendo demitido por este motivo. 

Se você quer saber mais sobre a importância da inteligência emocional no trabalho, você pode ler aqui um artigo nosso sobre esse assunto!

Porém, nosso foco neste artigo está na ligação entre inteligência emocional e aprendizagem. Afinal, essas competências também podem ter grande impacto na área da educação, incluindo a educação corporativa. Nos próximos tópicos abordaremos mais sobre essa conexão. Continue acompanhando!

Qual a ligação entre inteligência emocional e aprendizagem?

Com essa compreensão renovada das emoções no processo de aprendizagem, é preciso também reconhecer que os sentimentos de cada aluno são individuais e únicos. Em outras palavras, o que é negativo para uma pessoa pode ser positivo para outra, e assim por diante (como, por exemplo, aprender a andar de bicicleta).

Ao mesmo tempo, o que termina em esforço exaustivo ou mesmo fracasso para mim, pode significar um sucesso imediato para você. Entretanto, com frequência temos que lidar com temas que nos fazem sentir emoções desagradáveis (por exemplo, aprender novas habilidades pode ser algo exaustivo em determinados sentidos).

Dada a gama de emoções que estão em jogo ao longo da experiência de aprendizagem, nos resta indagar: que diferença faz se estivermos motivados pelo medo, pela alegria ou por qualquer outra emoção? Vemos que os aspectos mais universais da aprendizagem são, de fato, os objetivos que definimos, mais que as emoções que sentimos. 

Baseado na ideia construtivista de que a aquisição de conhecimento é um processo que vem de dentro (Chomsky, 1979), como pode ser criada uma experiência envolvente que seja adequada para todos? É o que veremos no próximo tópico!

Como desenvolver a inteligência emocional na aprendizagem?

Vamos considerar as vantagens das emoções nesta era digital. Como o cinema bem reflete (Blade Runner, Matrix, Ela, Chappie…), as emoções nos permitem manter nossa humanidade. Elas nos diferenciam da tecnologia que usamos, e mais relevante ainda: são um trampolim para o comprometimento e a motivação. Em outras palavras: Sentimento > Pensamento > Ação (Darling-Hammond, 2003).

De forma semelhante, as emoções positivas podem ser evocadas durante a aprendizagem para aumentar a motivação. Muitos métodos são úteis para garantir níveis mais elevados de sucesso, como criar interesse pessoal em um tema, gerar a confiança de que é possível alcançar os objetivos, eliminar a comparação entre estudantes e fazer conexões com a realidade (Darling-Hammond, 2003).

Afinal, como podemos lidar com as nossas emoções e conseguir desenvolver a inteligência emocional através de emoções positivas e negativas? Veja abaixo as duas situações:

1. Por meio de emoções positivas

As emoções positivas estimulam a motivação. Vamos observar agora como as emoções positivas levam a maiores realizações. Outra forma pela qual as emoções estão vinculadas ao nosso aprendizado é por meio da inteligência emocional. Compreendida como a capacidade de lidar com emoções e relacionamentos, a inteligência emocional tem uma influência direta em nosso sucesso (Goleman, 2004).

Outra pesquisa sugere que, quando comparada ao QI e a capacidades técnicas, a inteligência emocional compõe quase 90% do que nos diferencia dos outros e leva ao crescimento em um ambiente profissional (Wilcox, 2015). Se alguma vez você se deu bem ao seguir um conselho dado por um coach profissional ou ao ouvir palavras de incentivo de um gerente, você experimentou os benefícios da inteligência emocional. Esse fato ajuda a destacar a eficiência de criar uma experiência de aprendizagem positiva.

2. Por meio de emoções negativas

Um terceiro aspecto das emoções é que a reformulação de nossas falhas revela oportunidades de aperfeiçoamento (Dailey-Hebert, 2015). Seria fácil limitar as experiências positivas de aprendizagem a emoções positivas. Entretanto, uma emoção positiva (como sonhar com nosso fim de semana) pode acabar nos distraindo de nossos objetivos de aprendizagem! Além disso, emoções negativas algumas vezes nos levam a aprender também (como enfrentar o medo de fazer uma apresentação importante em uma reunião).

As emoções estão vinculadas à nossa experiência humana; são universais, porém individuais e únicas; compreender nossas emoções nos leva ao sucesso; e, finalmente, que tanto as emoções positivas como negativas podem ajudar ou inibir a aprendizagem.